Djokovic, campeão de Roland Garros 2021

Por que esse foi um dos maiores feitos do sérvio nos últimos tempos?

O segundo Grand Slam (série dos 4 maiores torneios de Tennis do mundo, Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open) do ano trouxe o grande favorito da última década mais uma vez ao piso de terra da França.

Detentor de 12 títulos somente neste evento, Rafael Nadal, o espanhol número 3 do ranking da ATP – Associação dos Tenistas Profissionais, era o homem a ser batido na difícil jornada de jogos disputados em melhor de 5 sets, dificultados sobretudo por serem jogados no mais lento de todos os pisos, transformando as partidas em batalhas épicas, com duração média que chega facilmente próxima a 3 horas.

E por que começo falando deste jogador, especificamente? O espanhol foi justamente o adversário de Novak Djokovic, o sérvio, atual número 1 do mundo, na semifinal (quiseram os deuses do Tennis que este encontro não acontecesse na final, infelizmente para o mundo do Tennis).

“Djoko”, como é conhecido, lutava contra uma barreira intransponível, que alcançava até 73% do favoritismo nos apps e nas famosas casas de apostas. Números que mostram que uma improvável vitória de sérvio deixaria muita gente triste (e um pouquinho mais pobres).

No fim, Djokovic bateu o espanhol em 4 sets: 3/6 6/3 7/6(4) 6/2. O primeiro set trouxe mais certeza para grande massa de que o espanhol repetiria o triunfo esmagador da final de 2020 contra o Djoko (Nadal foi campeão em fáceis 3 sets), sobretudo, por ter chegado rapidamente a avassaladores 5/0. Placar que não foi revertido, mas que mostrou a importância estratégica que ter marcado 3 games jogando muito tênis, antes de perder por 6/3, tinha para o resto do jogo.

Acredito, que estes 3 games foram o grande motor de partida para grande vitória que viria, coroando a soberania física e psicológica do número 1 do mundo, que se mostrou forte como nunca, sobretudo em momentos muito difíceis, onde poucos poderiam reverter o cenário.

Semifinal vencida, a final traria um adversário que há poucas semanas já havia conquistado um título e chegado à uma final, também batendo Rafal Nadal no mesmo piso de saibro e como não bastasse a performance na terra batida, o jovem grego vem colecionando vitórias e títulos em cima de grandes jogadores nos últimos anos. Estamos falando de Stefanos Tsitsipas, atual número 4 da ATP.

Lembra das dificuldades da disputa em melhor de 5 sets, sobretudo jogados no saibro, certo? E se, estas dificuldades se somassem a uma primeira final de Grand Slam? E se, do outro lado tivesse alguém, que além de ser, indiscutivelmente o número 1 da ATP, que há pouco já havia batido o recorde histórico de semanas à frente deste ranking, buscando ser o primeiro homem da história a vencer por duas vezes os quatro maiores torneios do mundo? E se, p adversário de Tsitsipas pudesse buscar o título destes 4 super torneios no mesmo ano, alcançando o “Career Slam” – vencer os 4 torneios já mencionados no mesmo ano, pela primeira vez na história da “Era Aberta” do Tennis? E se, este adversário pudesse fazer o “Golden Slam” – Vencer Australian Open, Roland Garros, Wilmbledon e US Open mais o ouro olímpico, todos no mesmo ano, pela primeira vez na história do Tennis?

Tudo isso ainda sem contar que o jovem ateniense iria jogar contra alguém, que além de ter estes feitos por conquistar, busca também destronar Roger Fededer e Rafael Nadal em número de Grand Slams vencidos (cada um deles tem 20 eventos).

O quebrador de recordes Novak Djokovic entrou em quadra para final com todos estes recordes literalmente em jogo, buscando ainda chegar ao título de Grand Slam de número 19, precisando de apenas mais um destes para empatar com a dupla suíço-espanhola.

O sérvio encarou um grego rápido nas pernas e nas mãos, acelerando muito a bola, disparando aces, winners e jogadas vigorosas que colocaram uma vantagem quase intransponível de dois sets para Stefanos Tsistipas; 7/6(8) e um sonoro 6/2 no segundo set.

Como foi dito: “vantagem quase intransponível” por uma razão bem conhecida por quem é do Tennis. Quem enfrenta a Djokovic, seja em que torneio for jogado, todos os 5 sets necessários para decidir um jogo destes torneios, se houver empate em 2 sets, vai ter que ultrapassar os limites conhecidos de tudo que é mais físico e sobretudo psicológico para sair vencedor. E nesta hora, quem foi forjado na guerra não costuma sair sem deixar o corpo e alma em tudo que é disputa em sua vida.

Vale lembrar que ainda na quarta rodada, Djokovic quase morto sofreu demais contra a promessa italiana, Lorenzo Musetti, que vencia por 2×0 quando o sérvio mostrou porque está no topo do ranking, buscando a vitória em 5 sets.

Assim, de forma espetacular, viria uma nova virada histórica de Novak Djokovic, vencedor depois de 4h11min e marcando placar final de 6/7(8), 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4, levantando pela segunda vez na carreira a taça de Roland Garros.

O mais curioso é que a organização do torneio que consagrou a Rafael Nadal, ergueu uma estátua no complexo, em homenagem aos 12 triunfos do “touro” na França.

Usando uma zoação clássica do futebol, de quando um time vence um título, mas perde a partida seguinte à glória máxima, teria Djoko “carimbado” a estátua do espanhol?

Escrito por André Lima.

 

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